Aqui estão dois exemplos típicos daquele tempo: Retratos dos meus tataravós: Johann Adam Hock e sua esposa com sobrenome de solteira Geiger, “pintados” por um pintor de nome Rügel (?) de Aschaffenburg no ano de 1851.

No lado reverso dos quadros tem escrito explicitamente “pintado por ...”, mas olhando mais exato, se trata de fotos em preto e branco claramente repintadas a cores, por uma mistura de giz, pastel e aquarela, tentando obviamente ocultar o uso da fotografia.

Desta forma conseguiu-se a minuciosidade da fotografia junto com as cores da pintura. Daí vem também o formato relativamenre pequeno de 25 x 29 cm, um formato típico de foto desta época.

Mas não se queria que os quadros fossem vistos como fotografias a cores (pintadas), porque diminuiria o “valor” delas. Valor tanto no sentido da arte (pintura = arte; fotografia é arte ? ) quanto no sentido econômico. Com pintura ‘feita à mão’ se ganhava mais dinheiro do que com fotos “hemafroditas”.

O uso de fotografias e o formato pequeno foram ofuscados mais ainda pela moldura cara e larga, na maioria em tinta de ouro, típica para pintura.

Para dar uma impressão de nobreza e beleza ao mesmo tempo, ficou-se totalmente no estilo idealisador da pintura de retrato neoclássica da tradição de Ingres, da arte oficial na França. No outro lado se ve também o estilo da fotografia de retrato preto-branco típica do século XIX.

A questão da qualidade deste tipo de quadros não se coloca por causa da técnica - a pintura em cima de fotos - mas por causa da falta de originalidade, respectivamente adoção simples de tradições de imagens pré-formuladas. O uso da técnica da pintura em cima de fotos não é critério de qualidade, arte ou não, habilidade ou não etc.